Sendo uma boa notícia, cabe alientar que as 4 vagas de livre acesso ofertadas apenas representam 0,48% do total das 834 ofertadas para o ensino secundário. E aliás, supõem regularizar a sitiação só de 6,6% dos centros que atualmente lecionam português na Galiza.
Por vez primeira na história o código 590015: português terá convocatória oficial conforme vinham reclamando diferentes entidades profissionais, sindicatos e agentes sócio-culturais.
É um passo muito pequeno ainda (apenas quatro vagas) mas inicia um novo cenário promissor.
Da DPG não podemos mais do que parabenizar a todas as pessoas dos diferentes âmbitos que levam reclamando a incorporação de medidas efetivas na promoção do ensino de português na Galiza e do cumprimento do roteiro marcado pela ILP-Paz andrade.
Na nossa opinião a quantidade de vagas convocadas é a todas luzes insuficiente para uma estimação que já ultrapassa os 50 centros de secundário a lecionarem português na atualidade – e que ficam por enquanto ainda sem vagas oficiais que assentem o trabalho que tem sido desenvolvido nesses centros.
Do ponto de vista do cumprimento da ILP Paz- Andrade ou até numa comparação com a atual convocação de vagas doutras línguas de idêntica importância curricular, a DPG considera o número totalmente por baixo das necessidades de atendimento profissional e de qualidade numa matéria que foi definida em 2014 como uma prioridade do governo na promoção do ensino de línguas.
Nesse sentido estas primeiras 4 vagas são um número mínimo que esperamos o governo tenha a bem multiplicar, no mínimo, por dez (40 vagas) em próximas convocatórias visando começar -desse modo sim- a dar cumprimento ao roteiro definido pela Lei Paz Andrade.
Para todas as pessoas comprometidas com a promoção do ensino de língua portuguesa é, apesar disso, motivo de grande alegria, hoje podemos celebrar os primeiros frutos do nosso trabalho no secundário.
Parabéns a todas!
A Associação de Docentes de Português na Galiza (DPG) começa esta nova campanha para promover a presença da língua portuguesa nos centros de ensino secundário da Galiza.
Enviamos um modelo de cartaz e um folheto explicativo para informarmos toda a comunidade educativa.
Os objetivos desta campanha são:
Como sabem, ao abrigo da Lei para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia, aprovada por unanimidade pelo Parlamento Galego, os centros e o professorado interessados na progressiva incorporação da Língua Portuguesa no ensino secundário, temos uma boa oportunidade e o grande desafio de alargar a presença do português na Galiza.
A direção da DPG
Pelo ensino, de qualidade, de português na Galiza
A DPG em colaboração com um grupo de docentes do ensino público galego vem de pôr em andamento uma campanha de sensibilização e denúncia das condições de precariedade laboral e má gestão em que se encontra atualmente o ensino da língua portuguesa na Galiza.
A iniciativa surge de um grupo de docentes pertencentes à lista de substituições de Língua Galega e Literatura que considerou injusto e prejudicial para a qualidade educativa a prática que a administração educativa galega vem desenvolvendo quando é preciso cobrir uma substituição de língua portuguesa no secundário (e até nas escolas de línguas) recorrendo, uma vez esgotada a listagem específica de português para EOI, à listagem de Língua Galega e Literatura do secundário por ordem de posição nas listagens sem ter em consideração se a pessoa tem formação, comprovada e colocada no seu expediente, na matéria. Perante isto decidiram escrever uma reclamação e apresentá-la à administração com entrada no seu registo: requerimento originário pessoal substituto.
Com esta campanha pretende-se alertar sobre este facto e envolver à totalidade de agentes educativos para a exigência e regulamentação desta situação injusta e prejudicial para a matéria da língua portuguesa na Galiza, que, consideramos, está a sofrer um claro desleixo e uma desvantagem comparativa em relação a outras línguas estrangeiras igualmente opcionais. Este conjunto de circunstâncias incide diretamente sobre a qualidade e proficiência do ensino-aprendizagem do alunado.
Para isto, estamos a difundir uma campanha de consciencialização e denúncia através de uma ação pública entre os agentes afetados e envolvidos, através do envio de informação:
E de facilitação de adesão a este justo pedido à Administração para contribuirmos conjuntamente à qualidade real na docência da Língua Portuguesas no Ensino Público Galego, com a possibilidade de se unirem às exigências colocadas a este requerimento formal, facto para o qual oferecemos várias vias de ação:
A língua portuguesa continua a ser desleixada e descuidada por parte da administração educativa galega. No recente anúncio de provisão de vagas para o ensino secundário galego feito público pela conselharia de educação, volta estar mais uma vez ausente a língua portuguesa. Parece que, embora a existência da ILP_Valentim Paz Andrade, não obstante os números que indicam um aumento do alunado e apesar da constante reivindicação e alerta do direito a ser a língua portuguesa considerada e tratada como as restantes línguas contempladas no sistema de ensino público obrigatório galego, mais um ano o governo quis continuar a contribuir com a precarização e instabilidade desta matéria, e as pessoas formadas e especialistas nela, não legislando nem criando vagas de língua portuguesa no ensino secundário. A DPG vem de fazer público, um comunicado onde denunciava esta situação e reclamava a convocação de um concurso público específico para a língua portuguesa. Mas, o governo mais uma vez não nos quis dar ouvidos.
Neste passado mês de novembro o habitual “CIG- Informa_ensino” esteve dedicado na íntegra a explicar e promover a introdução da língua portuguesa no ensino público galego. As condições em que esta língua se encontra e é tratada no ensino público galego apresentam-se-nos como de inferioridade e diferencial, quando menos, em detrimento de outras matérias que sim obtêm um tratamento como especialidades próprias e, portanto, com vagas específicas, concursos específicos, profissionais qualificados, etc.
Desde a DPG queremos aplaudir e agradecer esta iniciativa da organização sindical e esperamos que num futuro próximo não careçamos deste tipo de ações e a língua portuguesa ocupe o lugar que de seu lhe pertence no atual sistema público de ensino e que, já agora, a “Lei 1/2014, do 24 de marzo, para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonía” avaliza e legitima mas que não chegou, ainda, a desenvolver e executar como corresponderia.