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Troca-troca – português para adultos

Crónica

III Encontro de Didática do Português

xurxo
Xurxo F. Carballido

Por Xurxo Fernández Carballido

Inserido no III Encontro de didática do português, desenvolveu-se o troca-troca entre docentes e profissionais do ensino de línguas para adultos.

O troca-troca resultou muito interessante. Na verdade não houve um troca-troca de materiais didáticos mas sim um intercâmbio muito produtivo de opiniões e estratégias para o ensino e aprendizagem da competência de expressão escrita.

No grupo de docentes que trabalharam nesta sessão havia professores de PLE, PL2, Português língua materna e outros docentes de galego e outras línguas, o que converteu todas as opiniões em muito produtivas, por procederem de diferentes realidades do ensino.

Houve uma primeira apresentação da problemática específica da escrita do português no contexto galego e também dos critérios de avaliação que se utilizam para avaliar a produção escrita.

Na atualidade o sistema de ensino tem uma grande preocupação pelos erros ortográficos, mas houve algum consenso em pôr em destaque uma abordagem da escrita no seu conjunto, onde se potencie a coerência textual, estruturas coesas e equilibradas, e se trabalhe com conetores, um dos principais itens esquecidos nas salas de aula. Quer dizer, que se potencie o trabalho no seu conjunto e não um treino especificamente ortográfico.

Produziu-se muita reflexão sobre o problema da pontuação, que tem uma grande repercussão na estrutura textual, os formandos não têm o hábito de se preocupar pela pontuação, pela estrutura do texto, pela coerência da produção escrita, nem por ligar ideias através de conetores. Isto provoca que muitas produções escritas tenham problemas graves de compreensão.

Todos os participantes ao troca-troca puseram em destaque a importância deste tipo de atividade pedagógica, porque provoca reflexões coletivas sobre as práticas individuais dentro das nossas salas de aula.

Uma das grandes preocupações é fazer atividades pedagógicas atraentes para a competência da expressão escrita, os problemas em criar textos, a falta de imaginação (do docente e dos estudantes) e motivações. Trabalhar textos utilitários, textos de interesse para os alunos, jornalísticos, mesmo traduções pode ser motivante para os formandos.

As conclusões reflexivas foram que temos (os docentes) de tirar o pânico de trabalhar a escrita dentro da sala de aula, para que a composição de textos escritos não seja vista sempre como uma tarefa para trabalhar em casa de modo individual, mas sim trabalhar em conjunto e procurar soluções para as dúvidas gerais dentro da dinâmica da turma.