A Associação de Docentes de Português na Galiza (DPG) começa esta nova campanha para promover a presença da língua portuguesa nos centros de ensino secundário da Galiza.
Enviamos um modelo de cartaz e um folheto explicativo para informarmos toda a comunidade educativa.
Os objetivos desta campanha são:
Como sabem, ao abrigo da Lei para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia, aprovada por unanimidade pelo Parlamento Galego, os centros e o professorado interessados na progressiva incorporação da Língua Portuguesa no ensino secundário, temos uma boa oportunidade e o grande desafio de alargar a presença do português na Galiza.
A direção da DPG
Pelo ensino, de qualidade, de português na Galiza
A DPG em colaboração com um grupo de docentes do ensino público galego vem de pôr em andamento uma campanha de sensibilização e denúncia das condições de precariedade laboral e má gestão em que se encontra atualmente o ensino da língua portuguesa na Galiza.
A iniciativa surge de um grupo de docentes pertencentes à lista de substituições de Língua Galega e Literatura que considerou injusto e prejudicial para a qualidade educativa a prática que a administração educativa galega vem desenvolvendo quando é preciso cobrir uma substituição de língua portuguesa no secundário (e até nas escolas de línguas) recorrendo, uma vez esgotada a listagem específica de português para EOI, à listagem de Língua Galega e Literatura do secundário por ordem de posição nas listagens sem ter em consideração se a pessoa tem formação, comprovada e colocada no seu expediente, na matéria. Perante isto decidiram escrever uma reclamação e apresentá-la à administração com entrada no seu registo: requerimento originário pessoal substituto.
Com esta campanha pretende-se alertar sobre este facto e envolver à totalidade de agentes educativos para a exigência e regulamentação desta situação injusta e prejudicial para a matéria da língua portuguesa na Galiza, que, consideramos, está a sofrer um claro desleixo e uma desvantagem comparativa em relação a outras línguas estrangeiras igualmente opcionais. Este conjunto de circunstâncias incide diretamente sobre a qualidade e proficiência do ensino-aprendizagem do alunado.
Para isto, estamos a difundir uma campanha de consciencialização e denúncia através de uma ação pública entre os agentes afetados e envolvidos, através do envio de informação:
E de facilitação de adesão a este justo pedido à Administração para contribuirmos conjuntamente à qualidade real na docência da Língua Portuguesas no Ensino Público Galego, com a possibilidade de se unirem às exigências colocadas a este requerimento formal, facto para o qual oferecemos várias vias de ação:
Esta petição realizada é de mínimos, já que, enquanto outras línguas contam com especialidade própria, departamento próprio, corpo docente próprio e, portanto, concurso-oposição próprio, no que diz respeito à matéria de português nada disto acontece nas escolas secundárias e centros de primária galegos.
Mesmo sendo a única língua com o apoio de uma lei (LEI 1/2014, de 24 de março, para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia.) que, na teoria, a ratificaria em cheio como sendo a primeira língua estrangeira na Galiza de direito pleno, esta não consta nem sequer com especialidade própria nas escolas galegas. Tendo ainda o português na Galiza um Memorando de entendimento para a adoção do português como língua estrangeira de opção e avaliação curricular na Galiza assinado entre esta mesma administração pública e o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua no ano 2015 que deveria ter vindo a ratificar esse fomento da língua portuguesa no sistema público galego mas que parece ter dado em águas de bacalhau.
Até o dia de hoje nunca foi convocada nem uma só vaga pública em concurso-oposição de língua portuguesa no ensino galego, por vezes, até em favorecimento de outras línguas.
Por tudo isto da DPG queremos mostrar o nosso apoio a esta iniciativa, felicitar as pessoas promotoras da mesma e fazer um chamamento a que sejam outros setores sociais como sindicatos, associações de ANPAS, associações de pessoas alunas, etc quem também reivindiquem este direito do que as galegas e galegos estamos sendo privados, ao direito a estudarmos uma primeira ou segunda língua estrangeira que nos é próxima, nos diz respeito e nos faria sairmos dos nossos estudos obrigatórios com uma competência plena e real em duas línguas estrangeiras e internacionais a nível mundial (supondo que o inglês continue como detentor da hegemonia linguística).
Eis o texto que foi registado: